Um plano genial
Barão de Itarar?/font>
Joaquim Rebolão estava desempregado e lutava com grandes dificuldades para se manter. A
sua situação ainda mais se agravava pelo fato de ter que dar assistência a um filho,
rapaz inexperiente que também estava no desvio.
Joaquim Rebolão, porém, defendia-se como um autêntico leão da Núbia, neste deserto de
homens e idéias.
O seu cérebro, torturado pela miséria, era fértil e brilhante, engendrando planos
verdadeiramente geniais, graça; aos quais sempre se saía galhardamente das aperturas
diárias com que o destino cruel o torturava.
Naquele dia, o seu grude j?estava garantido. Recebera convite para um banquete de
cerimônia, em homenagem a um alto figurão que estava necessitando de claque. Mas o nosso
herói não estava satisfeito, porque não conseguira um convite para o filho.
?hora marcada, porém, Rebolão, acompanhado do rapaz, dirige-se para o salão, onde se
celebraria a cerimônia. Antes de penetrar no recinto, diz a seu filho faminto:
Fica firme aqui na porta um momento, porque preciso dar um jeito a fim de que tu
também tomes parte no festim. J?estavam todos os convidados sentados nos respectivos
lugares, na grande mesa em forma de ferradura, quando, ao começar o bródio, Rebolão se
levanta .e exclama:
Senhores, em vista da ausência do Sr. Vigário nesta festa, tomo a liberdade de
benzer a mesa. Em nome do Padre e do Espírito Santo!
E o filho? perguntou-lhe um dos convivas.
Est?na porta responde prontamente. E, voltando-se para o rapaz, ordena,
autoritário e enérgico:
Entra de uma vez, menino! Não vês que estes senhores te estão chamando?
(1955)
Extraído
do livro Máximas e Mínimas do Barão de Itarar?#148;, Editora Record Rio
de Janeiro, 1985, pág. 40, organização de Afonso Félix de Souza.
Saiba sobre a vida e a obra do Barão de Itarar?/b> visitando Biografias.
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